14/11/2010

Audiência pública "População de Rua"

13/11/2010
Raquel Araujo
Plenário cheio, na tarde da última sexta-feira, 12 de novembro. Vereadores, promotores públicos e entidades de proteção à pessoa em situação de rua se encontraram na Câmara Municipal para a Audiência Pública “População de Rua”.

O encontro buscou dar um passo na busca e na conquista de um resgate à cidadania das pessoas que vivem nas ruas. O vereador Reymond presidiu a audiência, que contou também com a presença do Vigário Episcopal para a Caridade Social, Padre Manuel de Oliveira Manangão.

A discussão na Câmara teve como base o Decreto Presidencial 7.053, de 23 de dezembro de 2009, que estabelece a Política Nacional para a População em Situação de Rua. Segundo o vereador Reymond, as políticas públicas devem ser preocupações de todas as secretarias do município.

- Devemos respeitar o Decreto Presidencial que buscar dar à população de rua o direito que ela devia ter. A importância desse momento é despertar a consciência de que essa política deve ser olhada por todos, disse em seu discurso de abertura da sessão. Entre as principais preocupações com os cuidados envolvendo a população de rua está a questão dos abrigos públicos. Para a representante do Fórum da População Adulta em Situação de Rua, Hilda Oliveira, há excesso de moradores nos abrigos.

- Defendemos que os abrigos destinados à população de rua tenham no máximo 50 pessoas. Com a redução no número de moradores desses abrigos, eles podem ter um melhor atendimento. Defendemos também um acesso ao lazer, explicou.

Citando Dom Helder Câmara, bispo reconhecido pela Igreja pelos seus trabalhos em defesa dos direitos humanos durante os tempos do regime militar, Padre Manangão reforçou que, para a Instituição Católica, a grande preocupação é a pessoa.

- Não queremos falar pelos moradores de rua, mas queremos, junto deles, ajudá-los a ter uma presença junto à sociedade.

O Vigário lembrou ainda do Banco da Providência e da Pastoral da Pessoa de Rua, iniciativas da Igreja que ajudam na reinserção pessoal.

- Nosso desenho é que sejam criadas políticas realmente públicas. Por isso foi criado o Banco da Providencia e a Pastoral da Pessoa de Rua. São iniciativas que inicialmente dão um suporte e depois buscam integrar o indivíduo à sociedade. O capitulo cinco de Lucas diz “vão mais longe, vão mais fundo”. Acho que precisamos ir mais fundo nessas políticas, disse.

Na tarde do evento, também foi assinado um termo de compromisso do município do Rio para criar um comitê intergestor, para direcionar as políticas públicas à população em situação de rua.

Conheça alguns programas de ajuda à população de rua

O Fórum da População Adulta em Situação de Rua é um movimento espontâneo de aglutinação, que tem o compromisso de integrar essas pessoas. O projeto inclui educadores, entidades da sociedade civil e pessoas com experiência de vida nas ruas.

- O fórum realiza seminários e faz reuniões mensais com os integrantes. Nosso objetivo é dar uma melhor perspectiva a essas pessoas, disse Hilda Oliveira, representante do Fórum.

O programa Saúde da Família é uma experiência nova da Secretaria Municipal de Saúde. Uma equipe interdisciplinar de médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e agentes comunitários dão atendimento às pessoas em situação de rua. Segundo o coordenador do projeto, Alexandre Primo, o atendimento aos moradores de rua ainda é novo e inicialmente só atende à demanda do centro da cidade.

- Há dois meses, dois grupos estão atendendo moradores de rua do centro e de alguns bairros do entorno, como Gamboa e Saúde. E assim vamos estabelecendo vínculos com essa população, garantindo esse atendimento primário.

Outro programa de integração dos moradores de rua é a Associação dos Catadores, que ensina o ofício, gerando trabalho e renda.
Fonte; www.arquidiocese.org.br

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