31/07/2009

A pessoa tem seu valor, a vida é sagrada!

*Pastoral do Povo da Rua [16/07/2009]
Dentro da dinâmica de uma cidade destacamos vários momentos que nos fazem pensar sobre qual a qualidade de vida que temos, como tratamos as pessoas com as quais convivemos nesta cidade, quais os serviços que estão para esta população e qual o estágio que ainda pretendemos alcançar. Lembrando que todas essas pessoas que moram na cidade são cidadãos e cidadãs e possuem direitos individuais, sociais previstos na lei maior, ou seja, na Constituição.

Os meios de comunicação de nossa cidade divulgaram dia 14/07/09, um fato que nos deixou com uma profunda tristeza e grande indignação: um morador de rua veio a falecer por falta de socorro por parte do SAMU, na Rua 8 de setembro, Papicu. Queremos reafirmar que a vida da pessoa é dom precioso, nela reside a dignidade e que devemos tratá-la com respeito e reconhecer que o direito à vida, à segurança, à igualdade é inviolável e que toda sociedade que se preza deve garantir aos seus moradores os direitos e buscar cada vez mais assegurá-los.

Considerando esses direitos, queremos expressar nosso repúdio pela negação e violações dos mesmos principalmente, daqueles que são feridos, massacrados e estão expostos a todos os riscos e abandono. Esse é o cenário que encontra a população de rua. Ela não é ouvida em seu clamor e seu grito acusa a insensibilidade da sociedade e do poder público.

Esse fato de que estamos falando é muito grave, pois é um dos muitos que vem ilustrar a falta de sensibilidade, de operacionalidade de um sistema que deveria ser um dos mais bem equipados, pois requer atenção, prontidão e grande responsabilidade. Faz parte da política pública garantir o direito integral à saúde das pessoas em situação de rua e adequar as ações e serviços existentes, assegurando a equidade e o acesso universal no âmbito do Sistema Único de Saúde, com dispositivos de cuidados interdisciplinares e multiprofissionais;

Este não foi o único caso onde foi feita a solicitação de um atendimento de urgência para moradores de rua e que não foi atendido. Essas pessoas não são portadoras do direito à saúde? Não são cidadãos e cidadãs residentes na cidade? Por serem moradores de rua não pertencem a sociedade? Quantas pessoas ainda vão morrer na rua, sem atendimento?

“Queremos chamar a atenção dos governos locais para que elaborem políticas que favoreçam a atenção a estes seres humanos, assim como atendam as causas que produzem este flagelo que desfigura o rosto de Deus, estampado no irmão....
É dever social do Estado criar uma política inclusiva das pessoas da rua. Nunca se aceitará como solução a esta grave problemática social a violência, o descaso.” (Doc. Aparecida nº. 408 e 410).
Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de Fortaleza – (85) 3388 8706*
Fonte:www.anote.org.br

Um comentário:

Maria Lúcia disse...

É muito triste ver tantas pessoas nas ruas sem ter para onde ir, dormindo debaixo dos viadutos, das marquises, sem ter direito, sequer, a um atendimento médico... O relatado, infelizmente, é a realidade.