Edney Silvestre entrevista René Santos Silva, de 15 anos, que escreve, edita e imprime o jornal "A voz da comunidade".
Um adolescente do Morro do Adeus, no subúrbio de Bonsucesso, criou um jornal para ajudar a resolver os problemas da comunidade. A entrevista emocionante do estudante Renê Silva você assiste na Coluna Bate-Papo. Confira em vídeo.
No Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, todo mês circula um jornal de 5 mil exemplares. É coisa à beça. Os assuntos são aqueles que interessam a comunidade: lixo, saneamento básico, a falta de creches.
Quem faz as entrevistas, quem escreve as reportagens e faz as fotos é uma única pessoa. A mesma que edita e imprime o jornal: um rapaz de 15 anos. René Santos Silva.
RJTV: Por que você faz esse jornal?
René Silva: Porque eu acho que os moradores devem ter mais informações sobre o que está acontecendo na sua comunidade. Ainda mais agora que estamos recebendo as obras do PAC. Eles cobram muito sobre os problemas da rua.
Você começou a fazer jornal com 11 anos? No mesmo lugar que faz agora e nem era impresso assim?
Comecei com 11 anos, fazendo um jornal que era xerocado. Cheguei para a diretora do colégio e perguntei se podia participar do jornalzinho do colégio. Ela autorizou. Lá que eu aprendi a mexer no computador, antes eu não sabia. Eles me ensinaram e comecei a diagramar o jornal da escola. Eu não sabia nada de jornalismo, era inocente. E eles foram me explicando. Um belo dia, eu perguntei para a diretora se eu podia criar um jornal para a comunidade e ela tirar um xérox, na escola. O jornal se chamava “A voz da comunidade”, porque era isso que eu queria fazer dar voz para a comunidade, que era muito fechada, não tinha muita movimentação, muito comércio.
E como você consegue escrever, fotografar, imprimir? Você que faz tudo?
Com o dinheiro dos anunciantes eu comprei uma câmera digital e um computador. Comecei a tirar fotos. Com a câmera também comecei a tirar fotos os produtos para quem quisesse anunciar no jornal. As pessoas ligam para a minha casa para pedir pra tirar foto dos problemas. Eu tiro foto também dos moradores.
E quando o problema requer uma versão em relação a uma entidade, uma empresa?
Eu recorro a empresa. Ligo pra eles. Uma vez os moradores reclamaram de uma empresa, que tinha um cachorro que latia muito. Eu fui lá e falei com eles. Hoje, eles são anunciantes do jornal. Em outros problemas, como poste caindo, eu ligo pra Light. Eu sempre ligo para as autoridades para eles resolverem o problema.
E como você arranjou tempo para isso e ainda estudar?
Eu estudo, inclusive, já fui bolsista de uma escola por três anos. Eu ganhei a bolsa através do jornal, porque a diretora dessa escola conheceu o jornal e gostou. Eu aceitei na hora e fiquei lá até a 8ª série. Agora estou cursando o primeiro ano, num colégio perto da minha casa.
Mas, René, qual o grande barato de fazer esse jornal?
Eu gosto de fazer, porque as pessoas ficam comentando depois sobre o jornal. Eu fico orgulhoso, porque o pessoal gosta do jornal.
Você tem 15 anos ainda, muito tempo pela frente. Mas o que você quer fazer?
Quero fazer faculdade de jornalismo, uns cursos de informática, que ainda não tive oportunidade de fazer. E inglês também.
O que cada um de nós pode fazer para ajudar comunidade como a do Morro do Adeus?
Acho que devem investir mais na educação. Na comunidade do Morro do Adeus, só tem uma creche.
E quais são seus sonhos?
Ter o meu jornal da banca de jornal e me formar na faculdade de jornalismo. Tendo isso, tá tudo certo.
Um adolescente do Morro do Adeus, no subúrbio de Bonsucesso, criou um jornal para ajudar a resolver os problemas da comunidade. A entrevista emocionante do estudante Renê Silva você assiste na Coluna Bate-Papo. Confira em vídeo.
No Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, todo mês circula um jornal de 5 mil exemplares. É coisa à beça. Os assuntos são aqueles que interessam a comunidade: lixo, saneamento básico, a falta de creches.
Quem faz as entrevistas, quem escreve as reportagens e faz as fotos é uma única pessoa. A mesma que edita e imprime o jornal: um rapaz de 15 anos. René Santos Silva.
RJTV: Por que você faz esse jornal?
René Silva: Porque eu acho que os moradores devem ter mais informações sobre o que está acontecendo na sua comunidade. Ainda mais agora que estamos recebendo as obras do PAC. Eles cobram muito sobre os problemas da rua.
Você começou a fazer jornal com 11 anos? No mesmo lugar que faz agora e nem era impresso assim?
Comecei com 11 anos, fazendo um jornal que era xerocado. Cheguei para a diretora do colégio e perguntei se podia participar do jornalzinho do colégio. Ela autorizou. Lá que eu aprendi a mexer no computador, antes eu não sabia. Eles me ensinaram e comecei a diagramar o jornal da escola. Eu não sabia nada de jornalismo, era inocente. E eles foram me explicando. Um belo dia, eu perguntei para a diretora se eu podia criar um jornal para a comunidade e ela tirar um xérox, na escola. O jornal se chamava “A voz da comunidade”, porque era isso que eu queria fazer dar voz para a comunidade, que era muito fechada, não tinha muita movimentação, muito comércio.
E como você consegue escrever, fotografar, imprimir? Você que faz tudo?
Com o dinheiro dos anunciantes eu comprei uma câmera digital e um computador. Comecei a tirar fotos. Com a câmera também comecei a tirar fotos os produtos para quem quisesse anunciar no jornal. As pessoas ligam para a minha casa para pedir pra tirar foto dos problemas. Eu tiro foto também dos moradores.
E quando o problema requer uma versão em relação a uma entidade, uma empresa?
Eu recorro a empresa. Ligo pra eles. Uma vez os moradores reclamaram de uma empresa, que tinha um cachorro que latia muito. Eu fui lá e falei com eles. Hoje, eles são anunciantes do jornal. Em outros problemas, como poste caindo, eu ligo pra Light. Eu sempre ligo para as autoridades para eles resolverem o problema.
E como você arranjou tempo para isso e ainda estudar?
Eu estudo, inclusive, já fui bolsista de uma escola por três anos. Eu ganhei a bolsa através do jornal, porque a diretora dessa escola conheceu o jornal e gostou. Eu aceitei na hora e fiquei lá até a 8ª série. Agora estou cursando o primeiro ano, num colégio perto da minha casa.
Mas, René, qual o grande barato de fazer esse jornal?
Eu gosto de fazer, porque as pessoas ficam comentando depois sobre o jornal. Eu fico orgulhoso, porque o pessoal gosta do jornal.
Você tem 15 anos ainda, muito tempo pela frente. Mas o que você quer fazer?
Quero fazer faculdade de jornalismo, uns cursos de informática, que ainda não tive oportunidade de fazer. E inglês também.
O que cada um de nós pode fazer para ajudar comunidade como a do Morro do Adeus?
Acho que devem investir mais na educação. Na comunidade do Morro do Adeus, só tem uma creche.
E quais são seus sonhos?
Ter o meu jornal da banca de jornal e me formar na faculdade de jornalismo. Tendo isso, tá tudo certo.
RJTV 1ª Edição > 14/03/2009 > Reportagem Acesse: http://rjtvglobo.com/jornalismo
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