04/05/2014 21:42 - Atualizado em 06/05/2014 13:22
Por: Andréia Gripp (andreiagripp@testemunhodefe.com.br)
Paróquias do Rio se revezarão no atendimento aos desalojados da Oi/Telerj
Atendendo ao pedido feito pela arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, as paróquias da arquidiocese, unidas, se responsabilizarão pela alimentação e assistência espiritual das pessoas desalojadas do prédio da Oi/Telerj que foram transferidas, no sábado, dia 3 de maio, da Catedral para a Igreja Nossa Senhora do Loreto.
>>> "Aqui estamos seguros e abrigados. Confiamos na Igreja"
O planejamento desta ação foi feito durante uma reunião realizada no domingo, dia 4 de maio, na paróquia da Ilha do Governador, e dirigida pelo vigário episcopal para a Caridade, cônego Manuel Manangão. Na ocasião, padres, religiosos e leigos representantes das paróquias da cidade se comprometeram com o plano de ação.
“Todas as nossas paróquias, de alguma forma, generosamente atuarão junto aos desalojados. Estamos com o coração aberto e queremos que eles resgatem a sua dignidade. Tenhamos claro que não somos tutores deles. Somos irmãos que estamos juntos neste caminho de luta por uma vida digna”, afirmou cônego Manangão.
Por sugestão dos participantes da reunião, os dias da semana serão divididos pelos vicariatos territoriais. Cada um ficará responsável por, num dia por semana, prover a alimentação e os materiais de higiene (pessoal e geral) necessários para manter o abrigo e dar condições dignas de vida às pessoas que ali estão, enquanto aguardam uma solução definitiva do poder público para as suas reivindicações. Esta ajuda será mantida pelo tempo em que essas pessoas estiverem abrigadas pela Igreja.
Segundo orientação do pároco da Igreja Nossa Senhora do Loreto e vigário episcopal do Vicariato Leopoldina, padre Alex Siqueira, é melhor que os alimentos cheguem ao abrigo já prontos, em quentinhas. A cada dia devem ser providas quatro refeições, para uma média de 150 a 200 pessoas, das quais, cerca de 50% são crianças.
Os materiais de higiene serão listados pelas assistentes sociais da arquidiocese e passados para os vigários episcopais. “Todo o trabalho e toda doação, deverá obedecer ao plano organizado pelos vicariatos. Todas as iniciativas de ajuda são bem-vindas, mas devem estar inclusas nesse plano, para que as ações sejam eficazes”, frisou o vigário episcopal para a Caridade.
A divisão ficou assim estabelecida:
Segunda-feira: Vicariato Leopoldina
Terça-feira: Vicariato Sul
Quarta-feira: Vicariato Norte
Quinta-feira: Vicariato Jacarepaguá
Sexta-feira: Vicariato Oeste
Sábado: Vicariato Urbano
Domingo: Vicariato Suburbano
Por ser o menor vicariato e por possuir em sua região paróquias históricas, em áreas comerciais, sem comunidade, o Vicariato Urbano contará com a ajuda de foranias de outros vicariatos maiores. Essa ajuda será coordenada pelos vigários episcopais, com a ajuda das assistentes sociais da arquidiocese.
“Continuaremos nossa missão de mediadores nesse processo de diálogo com o poder público. Precisamos ajudá-los em suas necessidades mais urgentes, mas precisamos também atuar junto aos governos para que essas pessoas tenham os seus direitos garantidos”, pontuou o cônego.
Novas comunidades e movimentos também são convocados
Além dos alimentos e materiais diversos, as pessoas que se encontram abrigadas na Igreja Nossa Senhora do Loreto precisam da presença amiga dos fiéis. Em meio aos desafios e à situação de abandono que eles viveram desde que foram retirados do prédio da Oi/Telerj, a solidariedade dos fiéis, padres e religiosos que os acompanharam todos os dias no acampamento em frente a Catedral foram um diferencial na vida de cada um.
Orientação espiritual e pessoal, orações e celebrações marcam a vida de quem luta a cada dia para não perder a esperança.
Religiosos de diversas espiritualidades têm se revesado neste serviço de amor. E para manter essa assistência, a Arquidiocese do Rio está convocando todas as novas comunidades e movimentos a doarem uma parte do seu tempo para estarem junto aos que sofrem.
O planejamento dessa atividade será feita amanhã, às 20h, numa reunião convocada pelo vigário episcopal para a Vida Consagrada, Dom Roberto Lopes, na Paróquia Nossa Senhora do Loreto.
“Todos os responsáveis por novas comunidades que atuem nesta arquidiocese estão convocados. E todos os movimentos estão convidados a se juntarem a nós, para juntos sermos a presença de Cristo em meio a essas pessoas que sofrem”, afirmou Dom Roberto.
A Igreja Nossa Senhora do Loreto fica na Avenida Maracajás, 635, Galeão, Ilha do Governador.